Crise: Consórcio Santa Cruz entra em Recuperação Judicial
O consórcio Santa Cruz, que atua na Zona Oeste, é o segundo a solicitar Recuperação Judicial em menos de duas semanas. O grupo de companhias de ônibus já tem cinco viações fechadas em decorrência da crise financeira (Andorinha, Top Rio, Algarve, Rio Rotas e Bangu) e, das seis que se mantém em operação, a metade já está em regime de Recuperação Judicial (Campo Grande, Pégaso e Palmares). Essas empresas são responsáveis pelo transporte de 19% de todo o volume de passageiros de ônibus da cidade.
De acordo com o Rio Ônibus, Sindicato das Empresas do setor, o Santa Cruz é o mais afetado pela invasão do transporte clandestino por vans. “A Zona Oeste vive diariamente as consequências da desestruturação da mobilidade urbana, potencializada com a pandemia. Como se sabe, o avanço do transporte irregular tem gerado concorrência predatória, com reflexos devastadores às empresas, bem como aos passageiros”, explica Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus.
Ainda segundo o sindicato, assim como o Intersul, o primeiro a entrar em Recuperação Judicial no último dia 03 de setembro, o pedido do Santa Cruz tem como base, três aspectos amplamente sinalizados pelo setor ao poder público: cenário de crise econômica severamente agravada pela pandemia, com redução de 50% no número de passageiros pagantes; quase três anos de tarifas congeladas; além da queda das Centralizações Trabalhistas, o que resulta na iminente execução de processos que totalizam mais de R$100 milhões.
“Temos confiança no planejamento que vem sendo adotado pela Prefeitura, porém, nos preocupa a velocidade deste trabalho, tendo em vista o crescente estrangulamento financeiro do setor. A Recuperação Judicial tem sido o último recurso das empresas para não fecharem definitivamente suas portas, permitindo a reestruturação jurídica do setor, de forma coordenada e com a possibilidade de participação do Poder Concedente”, argumenta o porta-voz do Rio Ônibus.
O pedido foi deferido na tarde desta terça-feira (14/09) pela 1ª Vara Empresarial do TJRJ. Desde março de 2020, as empresas de ônibus cariocas acumulam déficit financeiro de R$1,9 bilhão. Já foram fechadas 16 empresas, além da demissão de 21 mil profissionais rodoviários.
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