Paes vai decretar fim do contrato de concessão do BRT
A prefeitura vai decretar o fim da concessão do sistema BRT nos próximos dias. A informação foi dada pelo prefeito Eduardo Paes durante entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura. “Nós fizemos uma intervenção, hoje quem administra somos nós. E nos próximos dias, nem sei se eu poderia estar falando isso aqui, mas agora vou dizer, estaremos decretando a caducidade do BRT. Estamos acabando com a concessão do BRT”, respondeu o prefeito ao jornalista Ruben Berta, do “UOL”, a respeito da má qualidade do serviço prestado.
Paes também foi questionado sobre o retorno aos cofres públicos dos R$80 milhões investidos no sistema. “Os empresários vão provavelmente dizer que o reajuste das passagens não acontece desde 2017, 2018. A prefeitura vai dizer que gastou R$ 80 milhões aqui, isso provavelmente vai gerar um debate que vai demorar muito tempo. O que não posso fazer é deixar a população sofrer”, comentou .
Os passageiros do BRT ainda vão ter que conviver com a superlotação, ônibus em situação precária e longa espera nas estações por, pelo menos, um ano. Paes afirmou que os primeiros sinais de melhora no modal devem ser observados só em 2023. Ele atribuiu a demora à complexidade do sistema e a dificuldade para operá-lo. “Você tem seis mil ônibus na cidade, é difícil até encontrar interventor. É uma solução lenta, os órgãos de controle do Brasil estão cada vez mais exigentes. E a gente tem que respeitar essas exigências pra depois não ficar respondendo pelas coisas. Vamos consertar isso, pode ter certeza”.
A primeira licitação da Bilhetagem Digital, no dia 7 de dezembro, terminou sem empresas interessadas no certame. De acordo com o prefeito, o segundo edital está sendo reformulado e os envelopes com as propostas das empresas concorrentes serão abertos no dia 26 de abril.
O prefeito disse ainda, que não abrirá mão, no novo modelo de concessão do BRT, da separação entre a concessionária e a operadora do sistema de bilhetagem. Se necessário, será criado um sistema estatal. “A única coisa que não vai acontecer é quem tiver a concessão operar o sistema de bilhetagem. Nem que eu tenha que tornar tudo o que eu não quero: é ter um sistema de bilhetagem estatal. Acho que seria uma tragédia”, afirmou. “Mas, se necessário for, farei um sistema estatal”.
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