Justiça determina retorno de no mínimo 80% da frota do BRT
A Prefeitura do Rio e a empresa pública Mobi-Rio informaram que obtiveram junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decisão favorável ao retorno do serviço do BRT na Cidade. A desembargadora presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Edith Maria Correa Tourinho apreciou o pedido de dissídio coletivo protocolado pela Procuradoria do Município e determinou o retorno de no mínimo 80% da frota do sistema BRT, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Para reduzir os transtornos causados pela paralisação, a Prefeitura do Rio montou um plano de contingência, com reforço das linhas de ônibus convencionais.
Cerca de 480 motoristas que trabalham nos três corredores do BRT cruzaram os braços na madrugada desta sexta-feira (25/02). Eles reivindicam que seja realizado um novo contrato que garanta todos os direitos dos funcionários, incluindo férias, 40% do FGTS em caso de demissão, auxílio desemprego, reajuste salarial, ticket alimentação, plano de saúde, pagamento de horas extras, além da contratação dos funcionários que estão afastados pelo INSS.
De acordo com Sebastião José, presidente do Sindicato dos Rodoviários, a entidade também foi pega de surpresa com essa paralisação, já que as negociações estão bem adiantadas.
“As tratativas com a Prefeitura estão andando, mas claro que ainda existem pontos que precisam ser discutidos, como a demissão dos cerca de 60 funcionários que estavam pelo INSS, que, para nós, é inadmissível. Que fique claro que nem a prefeitura nem os empresários usarão os profissionais da categoria como massa de manobra”, advertiu.
No Twitter, o prefeito Eduardo Paes disse que a greve é obra dos empresários que faziam parte do consórcio BRT. “Tem empresário de ônibus insatisfeito com a encampação e usando trabalhadores do BRT para tentar reconquistar a concessão. Lamento informar que não serão bem sucedidos. Vamos prosseguir. Estamos trabalhando para restabelecer o sistema”, disparou Paes.
O Rio Ônibus repudiou o posicionamento de Eduardo Paes e ressaltou “que a paralisação é uma das consequências do que a inércia e a falta de governança do poder público são capazes de fazer, deixando milhares de passageiros sem ônibus. Mesmo ignorando as necessidades das linhas circulares e investindo milhões no BRT, o sistema vive apenas de promessas não cumpridas há um ano, desde que a Prefeitura assumiu a gestão dos corredores”.
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