Falta de segurança ameaça passageiros e motoristas

A violência tem sido cada vez mais frequente nos transportes públicos do Rio. E sua redução, sem dúvida, é um dos desafios que o novo governo do estado terá de enfrentar. Nesta quarta-feira (7/11), passageiros e motoristas ficaram na linha de tiro durante um confronto que interditou a Avenida Geremário Dantas e interrompeu a circulação do BRT, em Jacarepaguá.

A segurança dos usuários é afetada pelos tiroteios, que acontecem nas vias expressas e às margens dos trilhos. Por causa de confrontos, a circulação dos trens da SuperVia foi interrompida pelo menos 18 vezes desde o início do ano até agosto. A operação das linhas do BRT foi suspensa em 19 ocasiões. Ao longo da Avenida Cesário de Melo, 22 estações do corredor Transoeste estão fechadas desde maio em consequência da guerra entre milicianos e traficantes nas favelas de Santa Cruz. A Linha 1, do VLT, que passa próximo ao Morro da Providência, no Centro, sofre paralisação uma vez por mês, devido à ação policial na região.

O aumento do número de assaltos também é preocupante. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) deste ano mostram que esse tipo de crime praticado nos ônibus mais do que dobraram em relação a 2015. No primeiro semestre deste ano foram registrados 7.673 casos no estado, contra 3.685 em 2015. É o número mais alto desde 1991, quando começou a série histórica do ISP. Nos trens e estações ferroviárias, no ano passado, foram registradas 1.269 ocorrências, contra 921 em 2016. No metrô, houve 296 roubos no ano passado e 130, em 2016.

Passageiros e motoristas ficam indefesos diante dessa situação. Já que é inviável mudar trajetos e horários, para evitar o perigo. Não há um plano de ação por parte da polícia para reduzir os confrontos. Em relação aos assaltos, especialistas recomendam o registro das ocorrências nas delegacias para que sejam identificados os locais, as linhas e os horários de maior incidência dos assaltos. Essas informações são fundamentais para identificação das manchas criminais, que darão subsídios para a atuação dos órgãos de segurança. Outra peça importante para as investigações são as imagens das câmeras instaladas nos ônibus. Com base nesses dados, é possível intensificar as operações, que devem ser planejadas pelo serviço de inteligência. É hora do governo que se inicia em 1° de janeiro mostrar sua disposição para atender os anseios da população por paz nos transportes públicos.

 

Denise de Almeida

Editora do Estação Rio

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